Desde o início da sua trajectória artística, no final da década de 1990, Pedro Diniz Reis (Lisboa, 1972) tem utilizado predominantemente o vídeo no seu trabalho, a par de incursões mais ou menos frequentes por outros media, como a fotografia, a performance e o som. Os seus vídeos resultam de um processo laborioso, em que o domínio irrepreensível e a experimentação das ferramentas de edição de imagem e som se aliam a um rigor formal obsessivo. Nesta exposição, são apresentados cinco vídeos e uma peça sonora, que desvendam, em todas as suas variantes, uma linha de investigação dentro do trabalho do artista, desenvolvida entre 2004 e 2010. Estas obras caracterizam-se pela utilização de signos linguísticos (diferentes alfabetos, todas as palavras de um dicionário inglês, os números de 0 a 9 ditos em japonês) em processos de composição visual e sonora que aplicam determinadas regras de combinação e sequenciação dos elementos para gerar automaticamente resultados que escapam à subjectividade do artista. Tomando os signos linguísticos como matéria abstracta, puramente significante, Pedro Diniz Reis reactiva, de um modo muito particular, as tradições da poesia visual e da música concreta e aleatória, convidando o espectador a uma experiência sensorial fortemente imersiva.
Curadoria Miguel Wandschneider
Patente até 22 de Janeiro
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