1. como se produz uma serigrafia É assim...
O "artista" entrega o "original" ao "impressor" - que irá fazer uma "separação de cores"; isto é, estabelece quantas impressões sucessivas, serão necessários para conseguir um trabalho acabado. Tão parecido com o "original" quanto lhe seja possível. Ao conjunto de exemplares impressos chama-se "tiragem" - assinados os exemplares pelo "artista", datados e numerados, indicando uma sucessão na "tiragem" e o número total de provas. É esta "edição". Nesta técnica, a ordem de impressão dos exemplares é irrelevante, uma vez que são todos rigorosamente idênticos - isto é, não existe qualquer diferença qualitativa entre os números mais baixos e os mais altos. Esta "edição" poderá ser "comercializada". Existem, ainda, "P.A" (Provas de Artista), em muito menos número e que não se destinam a comércio.
Prontos...
Para terminar, recordo uma "edição", de há mais de trinta anos, que se anunciava como tendo "53 cores" (ou impressões sucessivas, como foi dito) verifiquei; contei-as; era verdade.
2. como tenho feito serigrafias É assim...
Para começar nunca existe um "original". Desde 1980, usei lápis de cera e borracha líquida para, na tela de impressão, delimitar as zonas que deverão ser permeáveis à passagem da tinta. Em seguida, aplica-se um impermeabilizante por toda a tela; a cera e a borracha líquida são retiradas - e as zonas correspondentes ficam abertas à passagem da tinta. Assim se imprimia uma primeira cor - o amarelo em geral.
Depois prepara-se novas telas, pelo mesmo processo, para impressão das cores seguintes - magenta e azul cyan. No total, em geral, três impressões - amarelo, magenta e cyan (as três cores da síntese cromática subtractiva). Frequentemente, imprimia-se, de novo, o amarelo - por ser uma cor fraquinha e tímida, que desaparece com a impressão das outras duas.
Por vezes, usou-se fundo branco, opaco, para diminuir a absorção do papel e dar às tintas maior presença.
Chegou-se por vezes, às sete impressões. Por vezes, usou-se uma impressão, deslavada e transparente, para cancelar a brancura de uma certa zona ou pormenor.
Desde há vários anos, as (3 ou 4) "máscaras" para as sucessivas impressões têm sido feitas em computador (para controlar as texturas e a sua variação).
Em resumo: estas serigrafias não são: cópias, fac-símiles, imitações, evocações de qualquer "original" prévio. Uma vez que o "original" começa por não existir.
Prontos.
3. A primeira serigrafia que me encomendaram foi para a comemoração do 2o centenário da E.S.B.A.P. em 1980. Desde então, devo ter feito um total de (um pouco menos de) cinquenta.
A "esmagadora minoria" de trabalhos, nesta técnica, destinou-se a outras comemorações, eleições, homenagens, organizações culturais, etc., etc., sempre com carácter gratuito.
Por três vezes, encomendaram serigrafias. Pretendia-se o fornecimento de um "original" (que, claro, ficaria a pertencer à entidade que fazia a encomenda). Quando explicava que eu não produzia "originais", para cópia e multiplicação, perguntavam "então, e agora? como vai ser?". E acabou, sempre, por não ser.
Quanto à "esmagadora maioria" de serigrafias feitas, destinaram-se à GESTO Cooperativa Cultural, CRL, e foram realizadas com a conivência (e todo o apoio técnico) do José Paiva (impressas à mão ou com recursos menos artesanais).
É por esta óbvia razão que me ocorreu intitular esta (pequena) exposição:
GESTOS
Ângelo de Sousa
O "artista" entrega o "original" ao "impressor" - que irá fazer uma "separação de cores"; isto é, estabelece quantas impressões sucessivas, serão necessários para conseguir um trabalho acabado. Tão parecido com o "original" quanto lhe seja possível. Ao conjunto de exemplares impressos chama-se "tiragem" - assinados os exemplares pelo "artista", datados e numerados, indicando uma sucessão na "tiragem" e o número total de provas. É esta "edição". Nesta técnica, a ordem de impressão dos exemplares é irrelevante, uma vez que são todos rigorosamente idênticos - isto é, não existe qualquer diferença qualitativa entre os números mais baixos e os mais altos. Esta "edição" poderá ser "comercializada". Existem, ainda, "P.A" (Provas de Artista), em muito menos número e que não se destinam a comércio.
Prontos...
Para terminar, recordo uma "edição", de há mais de trinta anos, que se anunciava como tendo "53 cores" (ou impressões sucessivas, como foi dito) verifiquei; contei-as; era verdade.
2. como tenho feito serigrafias É assim...
Para começar nunca existe um "original". Desde 1980, usei lápis de cera e borracha líquida para, na tela de impressão, delimitar as zonas que deverão ser permeáveis à passagem da tinta. Em seguida, aplica-se um impermeabilizante por toda a tela; a cera e a borracha líquida são retiradas - e as zonas correspondentes ficam abertas à passagem da tinta. Assim se imprimia uma primeira cor - o amarelo em geral.
Depois prepara-se novas telas, pelo mesmo processo, para impressão das cores seguintes - magenta e azul cyan. No total, em geral, três impressões - amarelo, magenta e cyan (as três cores da síntese cromática subtractiva). Frequentemente, imprimia-se, de novo, o amarelo - por ser uma cor fraquinha e tímida, que desaparece com a impressão das outras duas.
Por vezes, usou-se fundo branco, opaco, para diminuir a absorção do papel e dar às tintas maior presença.
Chegou-se por vezes, às sete impressões. Por vezes, usou-se uma impressão, deslavada e transparente, para cancelar a brancura de uma certa zona ou pormenor.
Desde há vários anos, as (3 ou 4) "máscaras" para as sucessivas impressões têm sido feitas em computador (para controlar as texturas e a sua variação).
Em resumo: estas serigrafias não são: cópias, fac-símiles, imitações, evocações de qualquer "original" prévio. Uma vez que o "original" começa por não existir.
Prontos.
3. A primeira serigrafia que me encomendaram foi para a comemoração do 2o centenário da E.S.B.A.P. em 1980. Desde então, devo ter feito um total de (um pouco menos de) cinquenta.
A "esmagadora minoria" de trabalhos, nesta técnica, destinou-se a outras comemorações, eleições, homenagens, organizações culturais, etc., etc., sempre com carácter gratuito.
Por três vezes, encomendaram serigrafias. Pretendia-se o fornecimento de um "original" (que, claro, ficaria a pertencer à entidade que fazia a encomenda). Quando explicava que eu não produzia "originais", para cópia e multiplicação, perguntavam "então, e agora? como vai ser?". E acabou, sempre, por não ser.
Quanto à "esmagadora maioria" de serigrafias feitas, destinaram-se à GESTO Cooperativa Cultural, CRL, e foram realizadas com a conivência (e todo o apoio técnico) do José Paiva (impressas à mão ou com recursos menos artesanais).
É por esta óbvia razão que me ocorreu intitular esta (pequena) exposição:
GESTOS
Ângelo de Sousa
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