segunda-feira, 2 de maio de 2011

Bamboo Blues - coreografia de Pina Bausch no Teatro Nacional São João na sexta-feira



uma peça de Pina Bausch
direcção e coreografia Pina Bausch
cenografia e vídeo Peter Pabst
figurinos Marion Cito
colaboração musical Matthias Burkert, Andreas Eisenschneider
assistência de direcção Marion Cito, Daphnis Kokkinos, Robert Sturm
com Ruth Amarante, Pablo Aran Gimeno, Rainer Behr, Damiano Ottavio Bigi, Clémentine Deluy, Nayoung Kim, Eddie Martinez, Thusnelda Mercy, Cristiana Morganti, Jorge Puerta Armenta, Franko Schmidt, Azusa Seyama, Shantala Shivalingappa, Fernando Suels Mendoza, Kenji Takagi, Anna Wehsarg
música Trilok Gurtu & Arke String Quartet, Suphala, Sunil Ganguly, U. Srinivas & Michael Brook, Talvin Singh, James Asher and Sivamani, Bombay Dub Orchestra, Anoushka Shankar, Amon Tobin, Alice Coltrane, Bill Laswell, Talk Talk, Michael Gordon, Lisa Bassenge, Emmanuel Santarromana, Lutz Glandien, 4hero, Jun Miyake, Solveig Slettahjell, Slowhill, Djivan Gasparyan
co-produção Tanztheater Wuppertal Pina Bausch, Goethe Institutes in India
duração aproximada 2:20 com intervalo
classificação etária Para todos


É uma certa Índia, uma possibilidade de Índia. Porque não é possível definir tamanho país, nas suas brutais diferenças e contradições, o Tanztheater Wuppertal focou-se nas sensações e impressões colhidas em residências artísticas em Calcutá e Kerala – odores, cores, sabores – para traçar o retrato pessoal de uma cultura sobre a qual “sabemos tão pouco”. Depois das peças “topográficas” sobre Palermo, Lisboa, Istambul ou Tóquio, e antes da derradeira produção em Santiago do Chile, em 2009, Pina Bausch deixou uma síntese da Índia contemporânea e das tradições ancestrais, como a mitologia ou a dança clássica indiana. Shantala Shivalingappa destaca-se, com os seus solos, do conjunto de 16 bailarinos, que dão corpo a uma coreografia vibrante, de intensa fisicalidade, com velozes movimentos de pés. Com um fino humor (em que múltiplas ventoinhas convivem com simulações de elefantes), uma disposição optimista (apesar dos conflitos e do absurdo) e a comicidade e inspiração de elementos locais (como os panejamentos ou os bambus), Bamboo Blues convoca Talvin Singh e a Bombay Dub Orchestra com o mesmo à-vontade com que introduz uma foto de um casal de estrelas de Bollywood. A nota dominante, porém, é melancólica, como o próprio título sugere. Nostalgíndia?

21h30

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