Tuer Sans Gages [O Assassino, 1957], a segunda obra em três atos de IONESCO, é não só a sua obra mais ambiciosa como também a melhor. Bérenger, seu herói, é um homenzinho chaplinesco, simplório, desajeitado, mas humano. Ao começar a peça, ele está visitando um grandioso projeto habitacional guiado por seu criador, o arquiteto municipal. […] Bérenger, que nem imaginava que tal perfeição de desenho e planejamento moderno existissem, e que entrou por distração nesse mundo novo, fica profundamente comovido. E por que, pergunta êle, estão desertas as ruas do lindo bairro? E fica arrasado ao saber que os moradores ou mudaram-se ou trancaram-se em suas casas, porque um assassino misterioso está à solta nesse feliz recanto, um assassino que atrai suas vítimas prometendo-lhes mostrar “o retrato do coronel”. ESSLIN, Martin – O Teatro do Absurdo. Rio de Janeiro: Zahar Editora, 1968. p. 156-157.
21h
Mosteiro de São Bento da Vitória
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